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Posted by 70ª sessão do Comité Regional - OMS para a África on Tuesday, August 25, 2020
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1,8 milhões
de casos de poliovírus selvagem prevenidos*
9 mil milhões
de doses da vacina oral contra a poliomielite administradas*
220 milhões
de crianças vacinadas várias vezes por ano
2 milhões
de vacinadores voluntários oferecem apoio às campanhas de poliomielite todos os anos
* Estimativas para o período 1996–2020
Em 1996, o grande líder africano Nelson Mandela lançou a campanha “Expulsar a Poliomielite de África”, definindo a visão de uma África livre da poliomielite. Nessa altura, o poliovírus selvagem paralisava 75 000 crianças todos os anos.
De modo a proteger as comunidades desta terrível doença, os líderes africanos, os profissionais de saúde, os voluntários, os pais, os doadores e as organizações mundiais uniram-se para que todas as crianças recebessem a vacina contra a poliomielite.
A 25 de Agosto de 2020, após quatro anos sem um único caso de poliovírus selvagem, a Região Africana foi certificada como estando livre do vírus. Décadas de investimentos extraordinários deram frutos.
Mas o trabalho ainda não está terminado. Estes esforços devem continuar para prevenir que o poliovírus selvagem regresse e para acabarmos de vez com todas as formas de poliomielite, tanto em África como no resto do mundo.
ERRADICAÇÃO DO POLIOVÍRUS SELVAGEM EM ÁFRICA
LINHA CRONOLÓGICA: ERRADICAÇÃO DA POLIOMIELITE EM ÁFRICA
Início dos anos 1900
A doença mais temida do mundo
1950-1960
As vacinas contra a poliomielite trazem esperança
1970-1980
A poliomielite nos países em desenvolvimento
1980-1990
O mundo inteiro mobiliza-se contra a poliomielite
1990-2000
A Região Africana mobiliza-se para erradicar a poliomielite
2000-2010
Um passo em frente, dois passos atrás
2010-2020
A reta final
O legado da erradicação da poliomielite em África
Acabar com o poliovírus selvagem em África proporcionou benefícios muito para além de salvar crianças da paralisia. Os sistemas de saúde e os programas de saúde pública africanos estão muito mais fortes devido aos investimentos feitos na vacinação, na vigilância de doenças e na resposta a surtos.
Hoje, uma vasta rede de funcionários e agentes comunitários formados para lutar contra a poliomielite ajudam a proteger milhões de crianças de doenças preveníveis pela vacinação, apoiando simultaneamente a resposta a emergências sanitárias, como a COVID-19. Devemos continuar a tirar partido do legado da poliomielite, utilizando-o como base para alcançar outros objectivos importantes de saúde na Região Africana.
Artigos sobre a poliomielite
República Democrática do Congo: Voluntários não poupam esforços para alcançarem todas as crianças
As cinco principais soluções tecnológicas que ajudaram a erradicar o poliovírus selvagem na Região Africana
Nigéria: Borno – A última fronteira africana para a erradicação do poliovírus selvagem em África
Os actores da erradicação da poliomielite em África
Foi possível acabar com o poliovírus selvagem na Região Africana graças à dedicação incansável de milhares de heróis na linha da frente, sobreviventes da poliomielite e campeões que dedicaram inúmeras horas e viajaram milhares de quilómetros, correndo por vezes grandes riscos, para vacinar as crianças contra a doença.
Téo Ntituvuidi e Coco Ngambali
República Democrática do Congo: Os músicos Téo Ntituvuidi e Coco Ngambali, cuja banda Staff Benda Bilili conquistou reconhecimento internacional, são ambos sobreviventes paraplégicos da poliomielite, que ficaram paralisados durante a infância. A sua canção “Polio” foi vista mais de 400 000 vezes. Através da sua música e trabalho de campo com crianças de rua e comunidades, eles têm sido fortes defensores na área da deficiência e campeões na erradicação da poliomielite.
Ngambali diz: “Com as canções, as pessoas sentem alegria. Todos ficam alegres e as letras são bonitas, portanto, as pessoas estão nas condições certas para escutarem, compreenderem a nossa mensagem e seguirem os nossos conselhos.”
Kinshasa, 2020 © Hugh Cunningham/OMS
República Democrática do Congo: Téo Ntituvuidi e Coco Ngambali
Ayuba Gufwan
Nigéria: Ayuba Gufwan, que ficou paralisado por causa da poliomielite aos cinco anos, não pôde frequentar a escola até o seu tio lhe construir um triciclo de pedais manuais aos 19 anos. Hoje em dia, Gufwan é um advogado qualificado, fundador de uma fundação que constrói triciclos para pessoas deficientes e um campeão das vacinas contra a poliomielite.
Gufwan diz: “O meu chamamento enquanto sobrevivente é claramente intensificar a luta para acabar com a poliomielite. Não podemos relaxar. Temos de aumentar o ritmo. Tenho dedicado a minha vida a contar histórias e a trabalhar com grupos, famílias e organizações sobre a necessidade de acabar com a poliomielite. E um dia quero poder deixar de fazer cadeiras de rodas.”
Nigeria, 2019 © WHO
Nigéria: Ayuba Gufwan
Roger Vuanda Movita
República Democrática do Congo: Roger Vuanda Movita tinha dois anos de idade quando a poliomielite o privou da capacidade de andar. Movita – que é actualmente um jornalista desportivo de sucesso e que suportou cirurgias prolongadas para poder andar – tem dedicado a sua vida à erradicação da poliomielite. Enquanto embaixador da UNICEF, tornou-se uma voz poderosa na luta contra a doença, visitando comunidades e usando a sua popularidade enquanto jornalista para promover a vacinação na televisão e rádio.
Movita diz: “Estou a lutar na esperança de que a República Democrática do Congo um dia alcance [o nível das] outras nações onde já não se fala sobre esta doença que é a poliomielite.”
Bas Congo, República Democrática do Congo, 2016 © UNICEF
República Democrática do Congo: Roger Vuanda Movita
Lawan Didi Misbahu
Nigéria: Lawan Didi Misbahu contraiu a poliomielite aos três anos. Ele descobriu o amor pelo futebol e pelo futebol adaptado em tenra idade e fundou a Federação de Futebol Adaptado da Nigéria. Misbahu também é presidente da Associação de Sobreviventes da Poliomielite da Nigéria e trabalhou na reabilitação de 3000 paraplégicos, que são na sua maioria sobreviventes da poliomielite. Em 2015, Misbahu foi reconhecido como um dos cinco Heróis da Erradicação da Poliomielite numa cerimónia em Abu Dhabi.
Misbahu diz: “Capacitar as pessoas afectadas pela poliomielite irá fortalecer a nossa campanha contra a doença e ajudar a espalhar a mensagem que vacinar os nossos filhos é a única forma de evitar que tenham o mesmo destino.”
Nigéria, 2015 © Lawan Didi Misbahu
Nigéria: Lawan Didi Misbahu
Isaiku Musa Maaji
Nigeria: Isaiku Musa Maaji ficou paralisado em criança, o que lhe deixou poucas opções para ganhar a vida. Hoje em dia, ele tem o seu próprio negócio, construindo triciclos operados manualmente para dar mobilidade a adultos e crianças com deficiências físicas. A Comissão do PolioPlus do Rotary na Nigéria encomendou recentemente 150 triciclos a Maaji para distribuir por sobreviventes da poliomielite e outras pessoas com problemas de mobilidade. A relação que Maaji desenvolveu com os rotarianos locais motivou-o a participar nas campanhas de vacinação porta-a-porta contra a poliomielite.
Maaji diz: “Não é fácil ter mobilidade condicionada. Ando por aí a educar outras pessoas sobre a importância da vacina contra a poliomielite porque não quero que outras pessoas sejam vítimas da poliomielite.”
Nigéria, 2019 © Andrew Esiebo/Rotary International
Nigéria: Isaiku Musa Maaji
Adama Balla
Nigéria: Adama Balla, que ficou paralisada por causa da poliomielite aos 15 meses de idade, é uma activista pelos direitos dos deficientes do estado de Borno e possui um mestrado em educação. Enquanto membro do Grupo de Sobreviventes da Poliomielite, ela acompanha equipas de vacinação durante as campanhas porta-a-porta para explicar aos pais os riscos de não vacinarem os seus filhos.
Adama diz: “Estou muito feliz por fazer parte da erradicação da poliomielite selvagem. A próxima geração será saudável. Acabaram-se as cadeiras de rodas e as muletas. Está na hora de as pessoas acreditarem que as vacinas são seguras.”
Nigéria, 2020 © Andrew Esiebo
Nigéria: Adama Balla
James Giir Thiik
Sudão do Sul: James Giir Thiik, um conhecido mobilizador da comunidade no estado de Warrap, deixou de poder usar ambas as pernas por causa da poliomielite antes de fazer cinco anos de idade. Famoso na zona, ele viaja por oito aldeias de triciclo com rodas manuais, sensibilizando com o seu megafone acerca da importância da vacinação.
Sudão do Sul, 2019 ©UNICEF Sudão do Sul/Deng
Sudão do Sul: James Giir Thiik
Marie-Irène Richmond-Ahoua
Côte d’Ivoire: Marie-Irène Richmond-Ahoua é membro do Rotary Club de Abidjan-Bietry, Côte d’Ivoire, e uma conhecida campeã da poliomielite no seu país natal. Ela conduziu inúmeras campanhas de vacinação contra a poliomielite na África Ocidental e, em 2011, ajudou a organizar uma campanha na Côte d’Ivoire durante um golpe militar.
Marie-Irène diz: “Acreditamos realmente no que estamos a fazer. Nesta guerra contra a poliomielite, somos um exército de voluntários e estas duas gotas são a nossa arma. Todas as condições para ganhar esta luta estão praticamente satisfeitas: uma vacina eficaz, uma estratégia porta-a-porta comprovada, um bom nível de monitorização, recursos humanos e financeiros.”
Messikro, Côte d’Ivoire, 2013 © Rotary International
Côte d’Ivoire: Marie-Irène Richmond-Ahoua
Adama Traoré
Mali: Adama Traoré trabalha como vacinador no centro de saúde comunitário da sua vila, Sadiola, na zona oeste do Mali, há mais de dez anos. Traoré, que se tornou vacinador depois de o filho de um vizinho ter morrido de sarampo, viaja até 100 km por dia na sua mota até comunidades adjacentes equipado com uma mala térmica de vacinas, incluindo contra a poliomielite.
Traoré diz: “Antes de partir, certifico-me de que está tudo bem preso e confirmo uma última vez se levo todas as vacinas básicas de que possa precisar, porque cada vacina pode salvar a vida de uma criança.”
Região de Kayes, Mali, 2020 © UNICEF
Mali: Adama Traoré
Rahane Lawal
Nigéria: Rahane Lawal, mãe de dez crianças no estado de Kaduna, é uma voluntária da UNICEF que fala com pais na Nigéria acerca da importância da vacinação. Em 2019, ela recebeu um Prémio REACH no Fórum “Reaching the Last Mile” em Abu Dhabi como forma de reconhecimento da sua bravura para manter a sua comunidade protegida contra a poliomielite depois de ter sido raptada a troco de um resgate e de ter testemunhado o assassínio do seu pai.
Lawal diz: “A vida tem sido difícil depois daquilo por que passei, mas não irei permitir que o que aconteceu me demova do trabalho que estou a fazer. Estou pronta para fazer o que puder para libertar a minha comunidade de doenças infantis mortíferas.”
Abu Dhabi, EAU, 2019 © UNICEF
Nigéria: Rahane Lawal
Tunji Funsho
Nigéria: O Dr. Tunji Funsho é cardiologista, membro do Rotary e presidente da Comissão Nacional do PolioPlus do Rotary na Nigéria. Ele trabalha com o Rotary e com os parceiros da GPEI para apoiar sobreviventes de poliomielite e desenvolver soluções inovadoras para ajudar a erradicar a poliomielite na Nigéria.
O Dr. Funsho diz: “Temos de garantir que o financiamento continua até ao fim e que os financiadores não perdem de vista os cuidados de saúde primários – especialmente a vacinação de rotina. A chave para a estratégia final é garantir que a vacinação de rotina continua.”
Lagos, Nigéria, 2017 © Rotary International
Nigéria: Tunji Funsho
Hawa Amadou
Níger: Hawa Amadou tem 70 anos e é um agente comunitário de saúde desde que o centro de saúde distrital foi criado na região de Dosso há 30 anos. Ela faz regularmente visitas porta-a-porta para fornecer vacinas contra a poliomielite.
Hawa diz: “Levo a cabo actividades de mobilização contra o paludismo, tuberculose, malnutrição e poliomielite. Gosto do meu trabalho porque quero ajudar a minha comunidade. Confio neles e eles confiam em mim.”
Dosso, Níger, 2017 © Fundação Bill e Melinda Gates
Níger: Hawa Amadou
Falmata Mustapha
Nigéria: Enquanto sobrevivente de poliomielite, Falmata Mustapha sensibiliza os pais da sua comunidade sobre a importância da vacinação e participa em campanhas de vacinação porta-a-porta. Ela conduz um triciclo operado manualmente que lhe foi doado pela Comissão do PolioPlus do Rotary na Nigéria.
Mustapha diz: “Desde que trabalho com a equipa, assisti a um aumento do cumprimento da vacinação na comunidade. Sou bem vista na comunidade por causa do meu trabalho e sinto-me feliz com isso.”
Nigéria, 2019 © Andrew Esiebo/Rotary International
Nigéria: Falmata Mustapha
Angélique Kidjo
Benim: A vencedora de um prémio Grammy Angélique Kidjo é uma embaixadora Rotary dedicada e embaixadora da boa vontade da UNICEF há mais de dez anos. Ela empresta a voz a inúmeras campanhas contra a poliomielite e lançou recentemente uma versão actualizada da sua canção “Eva” de 2014, dedicada ao trabalho do Rotary.
Angélique diz: “Sou de uma geração que assistiu aos efeitos devastadores da poliomielite. Quando descobri o quão perto estávamos de erradicar a poliomielite, fiquei muito motivada para fazer parte deste movimento.”
Nova Iorque, Estados Unidos, 2015 © Rotary International
Benim: Angélique Kidjo
Harold Kipchumba
Quénia: O senador Harold Kipchumba, que ficou paralisado por causa da poliomielite quando tinha quatro anos de idade, tem usado a sua carreira política para lutar contra a discriminação e apoiar os esforços de vacinação contra a poliomielite. Em 2013, depois de um surto de poliomielite na África Oriental, ele defendeu fortemente uma vacinação contra a poliomielite por toda a região e, em 2015, tornou-se embaixador das Nações Unidas.
Harold diz: “Sou guiado pelo desejo de servir e de melhorar a situação da outra pessoa, mas também de falar em nome dos seus direitos.”
Quénia, 2013 © UNICEF ESARO
Quénia: Harold Kipchumba
Alhaji Aliko Dangote
Nigéria: Líder empresarial e filantropo Alhaji Aliko Dangote, Presidente e Director Executivo da Dangote Industries Limited e Presidente da Fundação Aliko Dangote, tem desempenhado um papel fundamental no fomento dos esforços de erradicação da poliomielite em África. Ele organizou parcerias entre estados do Norte da Nigéria e do Chade e a Fundação Bill e Melinda Gates para promover a vacinação de rotina, a erradicação da poliomielite e o fortalecimento dos sistemas de saúde pública.
Dangote diz: “A vacinação é um dos melhores investimentos que um país pode fazer. Havendo financiamento adequado, infra-estruturas sólidas e um compromisso genuíno por parte dos líderes do país, todas as crianças da Nigéria podem ser vacinadas contra um conjunto de doenças.”
Nigéria, 2018 © Fundação Bill e Melinda Gates
Nigéria: Alhaji Aliko Dangote
Adamu Musa
Nigéria: Adamu Musa, de 68 anos, perdeu o seu filho Zakaria, um voluntário comunitário contra a poliomielite, enquanto ele trabalhava no programa contra a poliomielite para vacinar crianças em zonas inacessíveis. Zakaria, que tinha vinte e poucos anos, acabara os seus estudos há pouco tempo e morreu poucas semanas antes de se casar.
Musa diz: “O meu filho Zakaria sempre quis fazer algo que fizesse a diferença. Não estou feliz por ele ter morrido, mas pelo menos o trabalho pelo qual morreu está agora terminado.”
Nigéria, 2020 © Andrew Esiebo/WHO
Nigéria: Adamu Musa
Tiwa Savage
Nigéria: A cantora e compositora Tiwa Savage tornou-se uma celebridade do Rotary enquanto embaixadora pela erradicação da poliomielite em 2017, durante uma conjuntura crítica de tentativa de erradicação da poliomielite no seu país natal. A famosa artista juntou-se às campanhas de vacinação nacional como resposta ao surto de poliomielite na Nigéria em 2016, que aconteceu dois anos depois do último caso de poliomielite selvagem no país.
Savage diz: “Esta é uma causa que me é muito próxima, não só como mãe de uma criança pequena, mas como orgulhosa nigeriana, cujo país luta contra esta doença há muitos anos.”
Lagos, Nigéria, 2017 © Rotary International
Nigéria: Tiwa Savage
Patience Asiimwe
Uganda: Patience Asiimwe tornou-se um membro Rotaract do Rotary International depois de a sua mãe a encorajar a ir atrás do seu desejo de ajudar pessoas. Em 2018, ela viajou pelo seu Uganda natal com uma equipa de vacinação contra a poliomielite como parte do filme de realidade virtual do Rotary, Two Drops of Patience.
Asiimwe diz: “Lembro-me de pensar que era isto que era preciso para erradicar a poliomielite: pessoas de acção, o apoio de parceiros, profissionais de saúde e, claro, aquelas duas gotinhas. [A vacina] é algo tão pequeno e, ainda assim, pode fazer tanto.”
Uganda, 2018 © Rotary International
Uganda: Patience Asiimwe
Pilares da erradicação da poliomielite
Erradicar todas as formas de poliomielite na Região Africana requer uma combinação de estratégias adaptadas aos desafios enfrentados pelo continente, como a distância, a migração e a falta de segurança.
Vigilância da doença
Do terreno ao laboratório – como são detectados os casos de poliomielite